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segunda-feira, 19 de julho de 2010

É HORA DE DAR TCHAU...




Este blog não tem compromisso com a ordem cronológica dos fatos. Cada postagem é fruto de lembranças, experiências que trocamos, saberes que construímos. A falta de tempo para postar fez com que documentos, fotos e fatos ficassem acumulados nas gavetas e na memória.

Agora preciso deixar aqui registradas ao menos algumas lembranças, já que são muitas e não é possível registrar tudo. Estou me despedindo desta função, que assumi meio assustada e que me mostrou muito sobre tantas coisas, principalmente sobre a vida.

Se as manchetes dos jornais nos deixam desanimados, a minha experiência me fez acreditar mais no ser humano, em uma sociedade mais justa, em um mundo melhor. Posso dizer que pensei em contribuir com o trabalho, mas durante este período recebi imensamente mais do que dei.

Na primeira postagem falei que seria um imenso desafio assumir o papel de professora comunitária no Programa Escola Aberta na escola. E foi. Mas um desafio cheio de surpresas, de aprendizagens, de troca. Encontrei pessoas magníficas, talentosas, solidárias.

O curso de especialização em Educação Integral, Cidadania e Inclusão Social consolidou ainda mais as minhas esperanças e o sonho de que um dia o bairro inteiro realmente pertença à comunidade e seja uma imensa escola de saberes formais e informais, de cidadania. É possivel, sei que um dia vai ser, depende de nós...

Se foi fácil? Não, não foi. Fazer a ponte entre escola regular e PEA às vezes se mostrava missão quase impossível, mas tenho certeza de que dei o meu melhor, pois o fiz com amor.

É isso aí, a vida é feita de ciclos e o meu ciclo à frente do PEA na escola se completa. Continuo acreditando em sonhos se tornando realidade.

Agradeço a todos e todas que um dia se encontraram comigo nesse caminho que trilhamos, cada um com sua esperança balançando ao vento. Valeu!

"Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser.. mas Graças a Deus, não somos o que éramos."
"Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira."
Martin Luther King

DIA DO VOLUNTARIADO











Em 2009 o Grupo Brennand realizou o "Dia do Voluntariado" na E. M. Célia Arraes, em parceria com os voluntários do PEA. Os funcionários do Grupo e suas famílias realizaram junto conosco oficinas de contação de histórias, maquiagem, percussão, artesanato, além de uma gincana super legal e um maravilhoso.

A conscientização de que escola e comunidade devem interagir é um passo para que as pessoas vivam melhor no lugar onde vivem e/ou trabalham. Transformar o bairro em uma grande escola é um sonho que vem aos poucos se tornando possível.

COPA DO MUNDO 2010








Infelizmente o Brasil não ganhou a Copa, mas 2014 vem aí!!!!!!!!

O PEA trabalhou em clima 100% Brasil nos meses de maio e junho, dando um tom verde/amarelo ao trabalho.

Que venha 2014!

BONECAS





As bonecas são produzidas com garrafa PET, lã, tecido e tinta.

Lindas, não?

Além de servir para decorar, cada garrafa PET jogada fora leva 400 anos para se degradar. Vamos reaproveitar!!!

1º Festival de Cultura PEA




Uma lembrança do 1º Festival de Cultura do Programa Escola Aberta, no Sítio da Trindade

Biscuit - novidades





Lindas as bonequinhas de biscuit!!! Confira!

OFICINA DE CULINÁRIA





Uma lembrança da oficina de culinária e seu oficineiro Djhonny (e das delícias que experimentamos nesse período).

Excelente em qualidade e quantidade de participantes!

terça-feira, 29 de junho de 2010

OS 3 R'S - Reduzir, reutilizar e reciclar





Eles representam as atitudes que podemos ter para ajudar a diminuir a quantidade de lixo que não precisaria ser gerada.
Em primeiro lugar, devemos pensar em reduzir o consumo de materiais desnecessários, como por exemplo, reduzir a utilização de materiais descartáveis e evitar comprar produtos que tenham embalagens duplas.
Em segundo lugar, devemos pensar em reutilizar o máximo de coisas que pudermos, como por exemplo, reutilizar um vidro de maionese para guardar parafusos ou algodão, utilizar sempre os dois lados do papel e produzir artesanatos com materiais recicláveis. E, em terceiro lugar, devemos reciclar os materiais.
Reciclar o lixo significa torná-lo usável novamente, ou seja, fazer novos materiais a partir dos que já foram utilizados. Por exemplo: fazer novas latinhas de alumínio das já utilizadas. Mas não é qualquer material que pode ser considerado reciclável. Veja abaixo, os materiais que podem ser reciclados e alguns dos benefícios que a reciclagem de cada um traz ao meio ambiente :
Você pode começar a separar os tipos de lixo (papel, metal, vidro e plástico) em sua casa ou na escola. Esse material pode ser levado aos Postos de Entrega Voluntária - PEV's - espalhados pela cidade, ou pode ser doado para sucateiros ou entidades que promovem a reciclagem. Mas fique atento para manter os recipientes onde irá armazenar esse material bem fechado e, quando possível, lave-os para evitar que apareçam "visitantes indesejados" como moscas ou baratas.

LIXO ??? ARGH !!!!





Porque me preocupar ?


O lixeiro recolhe e tudo bem !!! Afinal, lixo é lixo ! Infelizmente, muitas pessoas ainda pensam assim. Provavelmente porque não sabem os problemas que o lixo pode causar se não for devidamente cuidado após sua coleta. No entanto, o mais grave é quando o lixo é recolhido e depositado de forma inadequada, podendo causar sérios problemas ao meio ambiente e prejudicar a população.
O "lixão", que é o local onde o lixo é depositado a céu aberto, sem nenhum tratamento, pode trazer muitos problemas :
"Atrai vetores e transmissores de doenças, como : ratos, baratas, moscas, mosquitos, etc. ;
"Provoca deslizamentos de terras ;
"Atrai catadores, que podem contrair doenças tornando-se transmissores das mesmas ;
"Provoca poluição visual, do solo e do ar ;
"Provoca poluição dos lençóis subterrâneos através do "chorume" (líquido resultante da decomposição dos resíduos).


Mas então, como dispor o lixo de forma adequada ?

O lixo deve ser coletado regularmente e levado para um local onde ele causará o menor impacto possível ao ambiente e à saúde das pessoas.
Este local é o ATERRO SANITÁRIO, onde os resíduos são espalhados, compactados com um trator de esteira e cobertos com terra em camadas sucessivas, evitando-se dessa forma, a proliferação de animais e permitindo o controle da poluição ambiental da área através da captação e tratamento do chorume e dos gases resultantes da decomposição.
Uma triste notícia é que nos municípios brasileiros APENAS 10% dos resíduos coletados são dispostos em aterros sanitários e 76% são depositados em lixões.

FEIRINHA







Para divulgar e expor o nosso trabalho, fizemos algumas feirinhas na própria rua da escola também na Praça da Várzea, de modo a aproximar escola e comunidade e trazer as pessoas para o PEA.

OFICINA DE BISCUIT








As oficinas de biscuit são bastante disputadas, principalmente por adolescentes da nossa comunidade. Em pouco tempo, os nossos alunos aprendem a fazer lindas peças de decoração e utilidade doméstica.
Vai um pouquinho de informação?

Como surgiu o Biscuit


O surgimento do "Biscuit" provavelmente tem muitos países de origem mas, com certeza, podemos dizer que a Itália é um deles. Trabalhos com "pasta di sale", uma mistura de farinha, água e sal são uma tradição naquela parte do continente europeu. São trabalhos delicados que retratam os mais diversos motivos do dia-a-dia e têm por finalidade enfeitar a mesa.

Em outros países também existem trabalhos nesta linha. Nos Estados Unidos, por exemplo, os bonecos de "salt dough" são muito famosos, além de serem uma tradição muito antiga. Apesar de sua beleza, guardam em si a fragilidade dos elementos de que são compostos, ou seja, o artesão encontra-se limitado à baixa resistência e durabilidade das peças.

O Biscuit nasceu inspirado justamente nesses trabalhos, onde havia a necessidade de se procurar resistência e durabilidade ideais para as peças.

Misturando-se a massa a outros elementos (cola, por exemplo), obteve-se uma consistência duradoura, suficientemente para que a peça pudesse receber pintura e acabamentos que realcem brilhos e outros atributos naturais.

Surgia, então, o Biscuit, conhecido na Europa e América Latina como "Porcelana Fria".

O termo "Porcelana Fria", em muitas ocasiões, confunde pessoas que não conhecem a técnica. Muitos acham que se trata de um trabalho em porcelana tradicional. Realmente, algumas peças chegam assumir tal aspecto.

Na verdade, a busca pela resistência e durabilidade acabou encontrando uma denominação que tinha mais a ver com o efeito final do trabalho (parecido com porcelana). O termo "fria" é justamente para diferenciar-se dos trabalhos em porcelana tradicional, os quais necessitam de forno para a sua confecção.

Apesar da inspiração européia, a arte da Porcelana Fria ganhou adeptos e grande desenvolvimento apenas na América Latina.
Na década de 80, finalmente a Porcelana Fria chegava ao Brasil através dos trabalhos de Anna Modugno. A artista pesquisava, há algum tempo, diversos tipos de massas alternativas para trabalhos artesanais. Foi justamente nesta época que a técnica passou a ser conhecida como "Biscuit" (porcelana branca), termo do idioma francês que tem muito a ver com a delicadeza e refinamento das peças, características da porcelana branca.
Um outro ponto de destaque do Biscuit é considerá-lo como uma atividade de negócio. Atualmente temos em nosso país milhares de pessoas que se dedicam e se empenham profissionalmente neste segmento. Com isto, criaram um mercado lucrativo e de muito bom gosto e, principalmente, alegrando e colorindo os lares de muitas famílias.

http://www.arteana.com.br/histo/biscuit_histo.shtml

SEMINÁRIO REGIONAL DO CONEXÃO DE SABERES







Registrando a nossa participação no 1º Seminário Regional Conexão de Saberes no Campus da UFPE.
Pudemos expor o nosso trabalho e conhecer o trabalho e as pessoas de diversas regiões do Nordeste.

VERÃO NO CAMPUS









Como este blog não tem nenhum compromisso com a ordem cronológica dos fatos, vai aqui uma lembrança do Verão no Campus (UFPE)2008.

A nossa escola foi convidada para representar o Programa Escola Aberta com a oficina de reaproveitamento de embalagens PET.

A oficineira Adriana fez um ótimo trabalho e as crianças se divertiram bastante com os brinquedos produzidos.

MAQUETES






Dois trabalhos legais representando o nosso bairro.

A maquete mostra a importância do Rio Capibaribe para a comunidade e o outro trabalho foi o reaproveitamento de embalagens de leite longa vida (tetra pak)para ilustrar o casario antigo.

*Lembrando que Embalagens Longa Vida Tetrapak passam mais de 100 anos para se decompor. http://ernesto-ubiratan.blogspot.com/2008/05/tempo-de-decomposio.html

segunda-feira, 28 de junho de 2010

BURRA DA VÁRZEA





A troça Burra da Várzea, brincadeira popular local do bairro da Várzea, Recife, foi fundada em 1962 por "Seu" Dida.

Estamos pesquisando mais sobre a sua história, mas fica o registro da brincadeira.

*Foto de "Seu" Dida, artista popular.

MOVIMENTA VÁRZEA



O grupo Movimenta Várzea é formado por pessoas da comunidade, grupos culturais, músicos, artistas, enfim, pessoas que amam o bairro e querem preservar a nossa cultura. Reúnem-se a cada três meses em uma verdadeira festa de luzes e cores.

Vamos divulgar o Movimento para que ele se fortaleça mais e mais!!!

Movimenta Várzea!!!

Nossa gente - D. Eduarda Holanda





D. Eduarda Holanda, vizinha da nossa escola e ex diretora, líder comunitária, antiga professora alfabetizadora do Movimento de Cultura Popular (MCP), tem sido muito importante nesse processo de reconhecimento do nosso bairro e sua história.

Sobre o MCP, D. Eduarda nos contou durante uma entrevista que foi um movimento realmente revolucionário, que tinha por objetivo levar conhecimento e cultura ao povo. Antigamente só as classes mais abastadas tinham acesso ao lazer em teatros, cinemas, locais praticamente inacessíveis aos trabalhadores. E os índices de analfabetismo eram assustadores. A proposta do MCP era de criar praças de cultura para levar cultura e lazer aos trabalhadores e suas famílias, além de oferecer aulas de alfabetização aos adultos.
Devido à proximidade das eleições para o Governo de Pernambuco, em 1962, o Movimento enfrentou muita pressão política. Os jornais publicaram diversas matérias e artigos fazendo críticas a sua atuação.
Apesar de enfrentar pressões e críticas de oposicionistas do governo Miguel Arraes, o MCP teve um grande desenvolvimento. No final de 1962, já contava com quase 20.000 alunos divididos em mais de seiscentas turmas, distribuídos entre duzentas escolas isoladas e grupos escolares; uma rede de escolas radiofônicas; um centro de artes plásticas e artesanato, com cursos de cerâmica, tapeçaria, tecelagem, cestaria, gravura e escultura; mais de 450 professores e 174 monitores de ensino fundamental, supletivo e educação artística; uma escola para motoristas-mecânicos; cinco praças de cultura, com bibliotecas, cinema, teatro, música, tele-clube, orientação pedagógica, recreação e educação física; o Centro de Cultura Dona Olegarina, no Poço da Panela, que, em parceria com a Paróquia de Casa Forte, oferecia cursos de corte e costura, alfabetização e educação de base; círculos de cultura; uma galeria de arte (a Galeria de Arte do Recife); um conjunto teatral, que já havia encenado, entre outras, diversas peças, como A derradeira ceia, de Luiz Marinho e A volta do Camaleão Alface, de Maria Clara Machado.

Participaram do MCP intelectuais e artistas conhecidos como Francisco Brennand, Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho, Abelardo da Hora, José Cláudio, Aloísio Falcão e Luiz Mendonça. O movimento também contou com o apoio de instituições políticas de esquerda como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), entre outras

Por causa do clima político existente na época, o MCP alcançou repercussão nacional, servindo de modelo para movimentos semelhantes criados em outros estados do Brasil.

O Movimento de Cultura Popular do Recife foi extinto com o golpe militar, em março de 1964. Dois tanques de guerra foram estacionados no gramado da sua sede, no Sítio da Trindade. Toda a documentação do Movimento foi queimada, obras de artes destruídas e os profissionais envolvidos foram perseguidos e afastados dos seus cargos.

D. Eduarda nos conta que os tempos de perseguição foram difíceis, mas, mesmo contra a vontade do pai, participou do movimento por acreditar em uma sociedade mais justa e democrática.

* Fonte de informação: http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=309&textCode=11411&date=currentDate

**Foto de uma sala de alfabetização de adultos do MCP

CASARIO ANTIGO




Muitas casas que rodeiam a Praça da Várzea ainda conservam a estrutura original, um retrato vivo da história da nossa comunidade que deve ser preservado por fazer parte da nossa identidade cultural.
Avaliando a relação das pessoas com o lugar onde vivem, podemos compreender os sentimentos de pertencimento e identificação delas. SOUZA E SILVA & BARBOSA (2005: 90) afirmam que “o reconhecimento realmente democrático dos direitos à cidade passa por uma nova apropriação do espaço urbano”.

*SOUZA E SILVA, Jailson e BARBOSA, Jorge Luiz. Favela: alegria e dor na cidade. Rio de Janeiro: Fundação Ford e Editora Senac Rio, 2005

A PRAÇA DA VÁRZEA





A Praça Pinto Damásio, ou Pinto Dâmaso, ou melhor ainda, Praça da Várzea, é um ponto importante de esportes, cultura e lazer no bairro da Várzea. Palco de apresentações culturais como o Maracatu Várzea do Capibaribe, Bloco Lírico Flores do Capibaribe, apresentações do Carnaval Multicultutal da Prefeitura do Recife, ainda reúne a comunidade para reuniões do Orçamento Participativo e oferece quadra de esporte, pista para caminhadas, parque (com brinquedos de concreto idealizados por Abelardo da Hora, um luxo!) e bancos de madeira de onde é possível admirar a beleza das árvores centenárias e o casario em redor.

Fizemos um trabalho dentro dos princípios de Educação Patrimonial no sentido de estimular a utilização do espaço da praça de forma responsável e construtiva, pois a praça nos pertence e é nossa responsabilidade cuidar do que é nosso.